Cannes ou Desencannes?
Nove entre dez publicitários sonham em conquistar ao menos um Clio ou Leão em Cannes. Esses prêmios representam o máximo da categoria publicitária e coloca a todos no mesmo lugar, o panteão, local dourado da propaganda.
As premiações não são só para egos publicitários, mas para o mercado. A cada prêmio conquistado, um ponto a mais para a agência. Isso atrai além de boa publicidade, mais clientes e também proporciona promoções e até mudanças de emprego.
As premiações locais e regionais, ou de veículos também são importantes e diminuem espaços nas estantes das agências. O prêmio Caboré tem até campanha para os indicados, veiculada nas páginas do Meio& Mensagem.
Mas para participar dessas premiações, não basta só pagar uma boa grana na inscrição, é preciso ter uma peça com muita qualidade para concorrer e competir com boas chances de estar entre os três primeiros. Se não for ouro, ao menos um prata ou bronze na categoria que se inscreveu.
A concorrência é tão acirrada, que algumas agências tiveram por hábitos em alguns anos em criar anúncios fantasmas (que não tinham veiculado) só para aumentar suas chances. Como é o caso do famoso anúncio da Ky, da DPZ RJ que ganhou dois Leões de Cannes em 2002 (poster e banner de internet) e foi obrigada a devolver os cobiçados prêmios ao júri, cassados pelos organizadores do festival, diante da denúncia da Mccann – apoiada por comunicado da própria Jonhson&Jonhson – de que seriam peças fantasmas.
Além dos concursos sérios e conhecidos, três publicitários amigos criaram em 2005 o Desencannes, um festival para as peças que jamais iriam à Cannes. A proposta doconcurso era premiar anúncios politicamente incorretos ou com o índice máximo de ironia. Em uma das edições, reuniram jurados de renome do mercado e escolheram as peças com M&M´s.
Infelizmente o festival parou em 2009, mas no link que publicamos você pode conferir as peças e as pérolas do Desencannes.