Publicidade Mimimi

Por Juliana Baptista

Quantas vezes nos últimos tempos você não se deparou com alguma campanha publicitária controversa que rendeu várias matérias e discussões acaloradas na internet? Aposto que em todas as polêmicas sempre tinha pelo menos uma pessoa reclamando “nossa, mas hoje não pode falar mais nada que tudo é preconceito, quanto mimimi!” ou “como a publicidade está chata, não pode mais brincar com nenhum assunto”.

Sempre quando vejo algum profissional de comunicação fazendo esse tipo de comentário eu o imagino estirado no chão da loja de brinquedos, em prantos, reclamando para sua mamãe que agora ele não pode mais fazer campanhas preconceituosas, mas não é ele que está errado, é o resto do mundo que é chato.

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Não posso culpar as pessoas por não enxergarem todos os problemas das campanhas publicitárias. Quando não somos nós que estamos sendo ofendidos, podemos ignorar algo que pode estar explícito. Muitas vezes o preconceito está tão arraigado à nossa sociedade, que ele se torna invisível aos nossos olhos. Entretanto, como comunicadores, é nosso dever não continuar reproduzindo pensamentos preconceituosos e estereótipos.

Então, se você vê uma campanha e não enxerga nada de errado: PARABÉNS, você provavelmente não está sendo ofendido/ridicularizado por esta marca. (e provavelmente é homem, branco, hétero e de classe média). Ou até pode fazer parte do grupo de pessoas lesadas, mas simplesmente não consegue se dar conta disso.

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Mas daí você entra nas redes sociais ou site de notícias do meio e vê que vários profissionais estão discutindo a respeito de alguma campanha. Então você tem duas opções:

1 – Se questionar porque as pessoas estão se sentindo ofendidas e refletir a respeito da opressão sofrida pelo grupo em questão.

2 – Ignorar o problema e reclamar nas redes sociais que a publicidade está chata.

Se você se enquadra no segundo caso, temo lhe informar que você tem uma visão limitada e reducionista. Não que isso seja um problema, a menos que você se incomode em ser uma pessoa egoísta que enxerga somente o próprio umbigo.

O preconceito sempre existiu, mas a internet potencializou a voz de quem costumava sofrer abusos e ficar calado. Agora o problema está em continuar a propagar um pensamento atrasado e preconceituoso ou ficar ofendido com ele?

Se você trabalha com comunicação e simplesmente ignora o momento sócio histórico cultural, está na hora de rever seus conceitos.  Se você trabalha especificamente com publicidade e apoia os conceitos das suas campanhas em estereótipos clichês, sinto lhe informar que seu processo criativo está começando errado (porque fugir do óbvio deveria ser o primeiro passo para uma ideia criativa). E ainda, se você trabalha com mídias sociais, presencia toda essa revolução do fluxo de informações, e mesmo assim acha que preconceito “não existe” ou que não passa de “mimimi”, pode ser a hora de pensar em trocar de área!

Você está fazendo social media errado


Empresas têm cometido erro na social media quando:

  • Não quer estar nas redes sociais  – Sua marca já está nas redes, agora mesmo tem algum consumidor mencionando bem ou mal sua marca.
  • Não contrata um profissional – sobrinho que sabe “mexer” e usa muito as redes não entende de estratégia, objetivos e resultados.
  • Usa perfil e não página no Facebook– As regras são claras: empresa, loja, marca devem ter páginas.
  • VOCÊ GRITA – pela etiqueta da internet, escrever em maiúscula você está gritando e sendo inconveniente no local. Preste bem antenção.
  • Não é uma esseção – é claro que o correto é exceção. Que tal prestar atenção no português? Seus leitores agradecem.
  • Viu, você precisa de um site?– invade o twitter ou o mural das pessoas, sem pedir permissão. Não faz pesquisa se o produto é adequado para o destinatário da mensagem. E pior, fala com ele quando ele não quer que sua marca fale.
  • Eu sou o melhorrrrr do melhorrr do mundo – publica conteúdo só sobre sua marca e empresa. Cadê o diálogo com seu consumidor?
  • Quero números, números número sem engajamento, interação, são só números. As vezes, 1% para o seu segmento é o ideal.
  •  Vai vender quanto? – social media não é pastel, são conversações. Você mostra sua empresa, o produto e através do diálogo vai fazendo com que as pessoas conheçam sua empresa e os produtos. A venda é conseqüência.
  • Eu sempre fiz assim e deu certo – cadê a análise de concorrência, a saída de trás da mesa para ver o que os clientes querem e compram?
  • Moço, quanto custa? Moço? – quando não responde a menor pergunta do seu consumidor.
  • Falaram o que? – não sabe o que e como sua marca é falada nas redes sociais. Monitoramento é estratégico.

  • Abafa, abafa! – Depois de descobrir o que falam, quer que o consumidor apague ou delete o que falou da sua marca.
  • Ahh, deixa que o meu sobrinho faz– não se preocupa com o visual, com a qualidade do material de comunicação. 

     

Por que as empresas não usam social media?

Há uma série de especulações do porque as empresas não usam social media. Dentre as principais causas estão o desconhecimento de muitas sobre o que é social media, seguido do receio do que é dito sobre elas nas redes sociais.

Chama-se social media, porque através das novas plataformas: Twitter, Facebook, Linkedin , Foursquare, a marca ou a empresa tem um ganho, seja ele de visibilidade, relacionamento, promocional ou comercial com o consumidor. Mas para que isso aconteça é primordial que se estabeleça uma interação entre marca e consumidor. E esse consumidor e seus amigos se comunicam em redes sociais de interesse em comum, independente se estão (ou não) próximos geograficamente.

A sugestão que damos é conheça as redes sociais, use de maneira pessoal. Só com o uso o pré conceito e o medo sobre a social media, irá desaparecer. As regras para marcas/empresas são mais rígidas. O usuário não quer ser incomodado e invadido no seu espaço. É preciso que a marca/empresa respeite o usuário e o aborde de maneira educada, gentil.

A comunicação digital se diferencia da tradicional nisso. A abordagem não é mais de massa, é individual, é direta. A marca/empresa fala diretamente com o usuário/consumidor e estabele diálogos. Jamais use social media para falar só do seu produto/marca.  O consumidor quer ser inserido no contexto. Crie histórias, fale sobre o universo e o segmento que você atua. E observe. As chances de sucesso das marcas/empresas que ouvem e oferecem a comunicação que o consumidor deseja são muito maiores do que aquelas que falam exaustivamente só dos seus produtos e preços.

O braço digital da Chilli Comunicação trabalha em cima de cinco conceitos principais: relacionar, ouvir, dialogar, monitorar e mensurar. Além do item essencial: planejamento com foco no resultado. Para 2012, considere ampliar o leque da sua comunicação de marca.

Buzz a qualquer preço?

Já falamos aqui sobre buzz marketing, a arte de gerar burburinhos sobre determinados assuntos em grandes proporções. Existem empresas que gostam de trabalhar o mau buzz apenas para ter uma quantidade grande de menções, sem se preocupar com o arranhão na imagem institucional.

Coincidentemente ou não, duas ações #fail nesses últimos dias chamaram a atenção de quem trabalha com social media. A primeira foi uma tentativa de emboscada da Seekrs, ferramenta de gerenciamento de social media, com o Manifesto Social Media. O tal manifesto teria sido criado por uma analista de social media, Bianca, e queria criar movimentação para melhores condições de trabalho, mas na verdade era uma tentativa de criar buzz para o lançamento de novas soluções em sua ferramenta. Nos grupos Entusiastas da Social Media, o primeiro a levantar a lebre de ação mal planejada e Social Media Interior, no Facebook, os profissionais criticaram muito.

O segundo #fail que dizem ter sido intencional foi da Lavanderia Ecolave do Rio Grande do Sul. Conforme podem acompanhar no link, eles se desentenderam com a cliente e a ofenderam de várias maneiras. Tinham uma página no Facebook e acabaram trocando o avatar e nome várias vezes, pois as pessoas começaram a deixar comentários irônicos e malcriados.

Nós, como agência de comunicação 360, jamais indicaríamos uma ação que gerasse intencionalmente ou não, um buzz negativo para o cliente. Sabemos que no gerenciamento de marca, todas as ações e comunicações de marca são partes integrantes do branding. E com branding não se brinca.

E no caso de um buzz negativo sem intenção? Ai é caso para gerenciamento de crise, assunto para um próximo post.

Guedes Alumínio: Sucesso do produto com uso da Social Media.

Falar de um bom anúncio é fácil, assim como uma propaganda que não sai da cabeça, mas quando falamos de sucesso, como conjunto de ferramentas e interação com usuários, é digno mencionar as atividades digitais da Guedes Alumínio.

A Guedes Alúminio está no mercado há 18 anos, atendendo todo o Brasil e comercializando brindes personalizados de alumínio, como canecas, chopeiras, kits, lembranças e muito mais.

A empresa tinha tudo para ser só mais uma produtora de brindes, com produtos específicos para ocasiões peculiares, ou, uma empresa relacionada com Social Media com investimento não tangível, como é tratado pelos menos informados do assunto. Em 3 meses de interação e envolvimento em redes sociais, o sucesso dos seus produtos tem ganhado cada vez mais mercado. O número de orçamentos e pedidos estão crescentes e a expectativa para o final de 2011 é que supere o ano anterior. Para o sócio proprietário Endrigo Ricardo Guedes, “o Social Media traz uma aproximação entre a empresa e o mercado, com acesso fácil e rápido.” Endrigo ressalta também que “o número de visitas no site (produtos) está cada vez mais crescente vindo dos canais utilizados nas ações de interação”.

A planner digital Marcia Ceschini, responsável pelas ações online do cliente, destaca que “projetar para um cliente com produtos e mercado específico foi um grande desafio e que, nesse ultimo mês, por exemplo, impactamos mais de 39 mil pessoas com as redes sociais em que fazemos curadoria de conteúdo, e, em um mês de interação, o site recebeu quase 1.000 visitas a mais que o normal”, lembrando que esses dados são retirados de monitoramentos diários. Quando questionada sobre a interação e o nível de aceitação (ou recusa) dos internautas que recebem informações da marca, Marcia declara que “ambos têm sido positivos; a abordagem aos que não são seguidores é feita quando o usuário do twitter menciona ‘caneca de alumínio’ ou ‘chopeira’, palavras que monitoramos diariamente. O cliente é seguido por perfis de sustentabilidade, organizadores de evento, gastronomia e negócios”.

Aos olhos da Chilli Comunicação, não existe cliente pequeno, mas, sim, audacioso, que visa crescer e aumentar seu share de mercado.