Quando não tem cultura, não tem direção de arte

Francesc Petit, o P e Sócio Diretor da DPZ, faz a afirmação do título entre outras  na ediçãoo especial do Meio&Mensagem, que só confirmam o momento das agências de propaganda: faltam bom criativos e consequentemente, bons diretores de arte.

Os fatores que Petit cita como principais problemas para a boa criação são:

  • Campanhas de varejo – as peças não pedem uma direção de arte mais elaborada. Quem dita o padrão do varejo é a Casas Bahia.
  • Revista Archive – a revista é referência para profissionais da área, mas o número de peças fantasmas que veiculam é alto e acabam influenciando criações fantasmas.
  • Falta Boa formação artística – a referência para jovens criativos é o banco de imagens

Nós da Chilli360 acrescentamos:

  • Qualidade artística para finalizar a arte – Não há uma preocupação com arte na peça
  • Otimização do tempo de criação – há uma demora para criar as peças
  • Falta de pesquisa e referências artísticas – o criativo não faz uma busca assertiva para inspirar a criação.
  • e mais

    O responsável pelo departamento de criação da Chilli360, Tchelo Pereira, sobre esse momento na criação nos diversos mercados – interior, capital e global – complementa: “Infelizmente é essa nossa realidade e o Petit desabafou o que muitos estão falando a algum tempo.  Há alguns anos ouvi que os melhores criativos são aqueles que criam para as grandes contas, e de certa forma (em partes) até concordo. Imaginou o que tiveram que passar, engolir sapos, estudar e evoluir para chegar nesse nível? Sim, para esses criativos a verba é maior, as possibilidades são infinitas, mas se o próprio Petit  – DPZ –  tá questionando isso, acho que devemos rever esses conceitos. As grandes ideias não estão ligadas diretamente a grandes anunciantes, mas, à estudos e evolução, aprendizado, experiência.

    E não é só o grande mercado publicitário que está assim, citamos o interior, berço de muitos criativos que tem o sonho de ir para capital, para o pulsante mercado publicitário. “Quando abordo um criativo e pergunto sobre sua qualificação e sobre seu portfólio, percebo que a “magia da publicidade” não existe mais, o que está em jogo são os valores e a arrogância, a mentira (portfólio fake ou mesmo sobre sua formação) , e, em muitos casos existe uma ótima ideia perdida em uma péssima direção de arte.” Pontua Pereira. “Em raríssimos casos existem profissionais que prezam pelo casamento conceito + direção artística das peças. No mercado de hoje, o comodismo está se sobressaindo e está muito fácil criar o que o cliente pede, o que o atendimento manda, mas e a imaginação?”  Questiona Tchelo. “E o brainstorm? E a ousadia? E o momento de deixar o ego de lado e ouvir pessoas experientes? A direção de arte como é para ser, e não como é, para os novos profissionais de criação está sendo vista como “acessório”. Está faltando pesquisa, embasamentos, referências, formatação de ideias, qualificação ao usar um software e até mesmo evoluir nos softwares utilizados.” Finaliza.Portanto, interessados em atuar em criação, sugerimos foco e estudo constante, além da prática de favoritar referências, buscar informações em livros, filmes, museus, comportamento de pessoas e tudo mais que sirvam de base criativa. Há mercado e há vaga. Depende de você.

     

2 comentários

  1. Matheus · abril 18, 2012

    “E o momento de deixar o ego de lado e ouvir pessoas experientes?” acho que isso serve mais para os clientes do que pros criativos.

    • Chilli Comunicação · abril 24, 2012

      Matheus,

      Obrigada por comentar. A frase é importante para todos os envolvidos na verdade, não?
      O questionamento e discussão tem sido necessários.
      Abraços

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